quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Índios Krenak choram a morte do Rio Doce

Postado por: Admin | Na categoria: Geral
“Com a gente não tem isso de nós, o rio, as árvores, os bichos. Somos um só, a gente e a natureza, um só”, diz Geovani Krenak.  “Morre rio, morremos todos”.
No YouTube, Ysani Kalapalo traduz o que sua “parenta”, chorando, diz no vídeo acima:
Por isto e por tantas outras coisas que nós indígenas somos contra as barragens, as hidroelétricas, os desmatamentos, a agressão a nossa Mãe Terra. Grande Espírito nos deu a vida, a natureza para que vivêssemos dela com respeito. O homem destrói onde vivemos, a natureza responde. O Rio é o nosso mercado, os peixes morreram, os animais que sobrevivem dessa água também morrerão, agora eu pergunto aos homens brancos: o que vai ser de nós agora? Como vamos sobreviver sem esse rio? Sem a nossa fonte de água? Que a mãe natureza olhe por nós, que traga logo a chuva pra limpar este rio, isso tudo é a culpa dos homens brancos, não sei o que será dos Krenak agora! Eu realmente não sei, esses brancos querem acabar com toda natureza, já basta! Já basta!  É isso que está parenta está dizendo.
Foto: Yrerewa Bras - O Globo
Foto: Yrerewa Bras – Globo.com
“Com o corpo pintado para a guerra, tinta preta no rosto e olhos vermelhos de noites mal dormidas, Geovani Krenak, líder da tribo indígena Krenak, mira a imensidão de água turva e marrom.”
Assim começa a reportagem da BBC Brasil, que mandou os enviados especiais Luis Kawaguti e Ricardo Senra a Conselheiro Pena (MG) para ver de perto a situação dos Krenak: “Índios fecham ferrovia da Vale em MG em protesto contra ‘morte de rio sagrado’“.
A reserva Krenak é atravessada pelo rio Doce, contaminado pela lama que escorre há dias de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco, em MG.
Os Krenak são os últimos Botocudos do Leste, vítimas de constantes massacres decretados como “guerras justas” pelo governo colonial. Hoje, vivem numa área reduzida reconquistada com grandes dificuldades. A situação é dramática, conforme resume o Instituto Socioambiental:

“Tida como sagrada há gerações, toda a água utilizada por 350 índios para consumo, banho e limpeza vinha dali. Não mais. Sem água há mais de uma semana, sujos e com sede, eles decidiram interromper em protesto a Estrada de Ferro Vitória-Minas, por onde a Vale, controladora da Samarco e da ferrovia, transporta seus minérios para exportação.”

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